Episódio #1: Aquele a que chamamos “o primeiro”

No primeiro episódio do Anita no Trabalho, fazemos uma breve introdução à questão da omnipresença e porque é que esta está na origem de um podcast sobre empreendedorismo feminino; levantamos um pouco o véu acerca da identidade das autoras; e deixamos no ar alguns dos assuntos que nos vão ocupar ao longo desta série.
Numa conversa sobre tudo e nada, onde as questões de género espreitam de quando em vez, expomos cérebro e coração em temas que nos tocam no dia a dia e que acreditamos serem relevantes no contexto em que vivemos.

Esperamos que vos inspire a voltar cá! Se entretanto, enquanto a Anita não volta ao trabalho com um novo episódio, a inspiração vos consumir, podem comentar, sugerir, perguntar, desabafar etc etc etc na nossa secção Querida Anita ou espreitar a nossa página no Facebook.

Música: “Polygamie” de Gabriel Vigliensoni

6 comments

  1. Filipa says:

    Tanta coisa tão familiar :-). “De pantufas e pijama não é trabalhar…”, as tarefas adiadas, a culpa por tudo isso – eu ainda junto mais uma, que os meus filhos são mais crescidos: “Que exemplos estás a dar aos filhos se ficas a ler ou fazer crochet uma tarde em vez de estares ao computador?…”

    Boa sorte para o projeto!

    • anitanotrabalho says:

      Obrigada, Filipa!

      E obrigada por estares a dar aos teus filhos o exemplo de fazer coisas só porque se gosta, porque se é apaixonado por isso, e por lhes demonstrares que a mãe também tem o seu universo (criativo).

      Beijinhos!
      Billy

  2. Marta Martins says:

    Olá,
    O tema é interessantíssimo, e eu julgo que, ao longo da minha vida, com as escolhas que fiz (eu e o meu marido, pois sou casada e considero que este projecto de vida é a dois), e com as oportunidades que tenho tido, sinto que tenho uma vida muito adequada ao tempo que dedico aos meus filhos. Foi uma escolha de “carreira” (entre aspas porque, por escolha, não tenho uma carreira segundo os standards dos anos 80/90, até início do milénio), foi também ter conseguido ter a oportunidade de trabalhar com um horário reduzido, mas foi de encontro ao que à muitos anos penso ser o ideal para mim e para a minha família. Também sei que nem todas terão esta possibilidade.
    Perfeição não existe. Desculpem, mas julgo que é óbvio que não somos omnipresentes. Temos de fazer escolhas, obrigatoriamente.
    Gosto de trabalhar, mas também quero acompanhar os meus filhos, e nem sequer discuto se tem de ser a mãe (por tradição…) ou o pai, não é disso que se trata. O meu marido sabe fazer, participa, faz comigo e sem mim também. Mas sou eu que quero, porque sim, porque acredito que é o melhor para o desenvolvimento dos meus filhos, que escolhi (escolhemos) ter.
    Já aconteceu ter 1 semana de formação, horário pós-laboral, e por isso os meus filhos nessa semana só me viam de manhã. Eles ressentiram-se, queixaram-se, mas tinha de ser e confesso que não me senti nada culpada. Nada!
    Este é o meu ponto de vista, a minha opinião. Apenas. 🙂
    Marta Martins

    • anitanotrabalho says:

      Marta, obrigada por nos ouvires e pela reflexão que aqui deixaste. E aqui entre nós, que ninguém nos ouve ;), ainda bem que não te sentiste culpada! Assim é que devia ser sempre.

      Um beijinho!

  3. Constança says:

    Olá Billy e Eli! Mas que lufada de ar fresco este vosso podcast! E em português, que coisa boa!

    Gostei muito de vos ouvir e, tal como toda a gente, tenho opiniões sobre estes assuntos de ser mãe, querer trabalhar (ou não), lidar com sentimentos de culpa, gerir horários, etc.

    Acho que, acima de tudo, temos de aprender a gerir as nossas próprias expectativas. A nossa geração cresceu a ouvir que, se nos empenharmos, poderemos alcançar tudo que queiramos, que todos temos o direito (e a obrigação) de sermos felizes e que podemos ser tudo ao mesmo tempo e em todas as ocasiões. Bem… tudo isto é muito bonito e louvável em teoria, mas estou convencida de que, no mundo real e actual, é impossível.

    Sim, podemos ser mães e podemos ter uma carreira, mas não simultaneamente. Calma, não estou a dizer que ou és mãe ou trabalhas, nada disso! Mas acho que, a partir do momento em que és mãe, tens de aceitar que, durante uns anos, a tua carreira irá ficar para segundo plano. Enquanto os teus filhos estão a teu cargo, podes continuar a trabalhar mas vai ser muito mais difícil realizares todas as tuas ambições. Ou então podes fazer da carreira a tua prioridade, mas tens de aceitar que não estarás tão disponível para os teus filhos. Em qualquer dos casos terás de fazer cedências, e em qualquer dos casos irás rogar pragas ao facto de as mulheres continuarem a deparar-se com problemas que os homens não enfrentam (pelo menos não com a mesma intensidade).

    Quer queiramos quer não, as mulheres continuam a ter os filhos a seu cargo. Somos nós que os carregamos durante a gravidez, somos nós que passamos pelo parto e pelo difícil período pós-parto, somos nós que os alimentamos (no caso das pessoas que dão de mamar). Isto é a parte fisiológica. E depois há a parte sociológica. Quem, na sua esmagadora maioria, vai levar e buscar os filhos à escola ou ou passa o testemunho a uma ama, como a Billy descreve neste episódio? Quem fica em casa quando eles estão doentes, quem gere o funcionamento da casa, quem se certifica de que há comida para eles jantarem? Talvez na Suécia seja diferente, mas em Portugal é, quase sempre, a mãe.

    Agora, eu sou toda a favor de casamentos igualitários e divisão de tarefas (e não posso com aquela história de o marido “ajudar”… isso implica que a responsabilidade pertence exclusivamente à mulher e ele “ajuda”. Não, ele tem é de participar!). Também tenho a sorte de viver num país (NZ) em que as pessoas entram às oito e saem às cinco (com meia-hora para almoço). Mas a verdade é que as mulheres do século XX conseguiram romper com um paradigma milenar e não é em apenas duas ou três gerações que a coisa vai ao sítio e a sociedade fica perfeitamente equilibrada. E, tal como as mães têm de assumir que os filhos irão ter impacto nas suas vidas, os pais devem estar conscientes do mesmo.

    Enfim, o meu comentário já vai longo e não é fácil conversarmos sobre assuntos tão complexos neste formato.

    Billy, em relação a tricotares nas reuniões, podes sempre, com humor, avisar as outras pessoas presentes de que o tricot te ajuda a pensar e a ser mais criativa. Assim quebras o gelo e pões tudo em pratos limpos. Sabem que na Nova Zelândia houve uma deputada que resolveu tricotar no Parlamento e, após grande celeuma, ficou estabelecido que os deputados têm o direito de fazer tricot durante as sessões (com uma ressalva)? Vejam aqui: http://rosalindcraftsupplies.com/blog/the-minister-for-knitting/

    • anitanotrabalho says:

      Constança, obrigada pela tua reflexão e pelo teu testemunho neozelandês! Escusado será dizer que a-do-rei a história da ministra a tricotar no Parlamento, é um excelente precedente para apresentar em caso de necessidade. 😉

      Beijinhos!
      Billy

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